Prato de barro com asas salientes e muita fuligem na parede exterior, aspeto que denuncia a sua utilização à fogueira na confeção de alimentos. Simultaneamente, este recipiente podia ser utilizado como prateira, para servir as refeições. A sua última função, contudo, foi integrar o espólio funerário de uma sepultura de incineração de época romana no Castro de Monte Mozinho. Do mesmo enterramento faziam parte outros objetos: um jarro trilobado, mais dois pratos, um também muito queimado e outro com engobe vermelho, um jarro, um copo e uma taça de imitação de sigilata, cronologicamente atribuíveis ao final do século I.
O cemitério romano que este prato integrava foi descoberto em 2004, durante a construção do Centro Interpretativo do Castro de Monte Mozinho e, nessa ocasião, alvo de escavação de emergência, que teve a colaboração de vários arqueólogos e estudantes de arqueologia. O estudo do contexto e espólio funerário foi publicado em 2008, pela então diretora científica do Castro de Monte Mozinho, Teresa Pires de Carvalho, na OPPIDUM, revista de Arqueologia, História e Património editada pela Câmara Municipal de Lousada.
Este prato estava fragmentado quando foi recolhido e integrou o acervo arqueológico do Museu Municipal, tendo sido necessário proceder à sua limpeza para posterior estudo e eventual colagem que, neste caso, foi realizada pelo técnico Pedro Mendes, estagiário da licenciatura em Gestão do Património, da Escola Superior de Educação do Porto, em 2022.
Proveniência: Castro de Monte Mozinho, sepultura n.º 21 da necrópole de incineração escavada em 2004.
n. inventário
MMPNF/2022/15205
medidas
Altura: 46 mm
Diâmetro: 280 mm
Largura (com as asas): 295 mm
materiais
Cerâmica (barro)