
O Castro de Monte Mozinho integra a Rede de Castros do Noroeste Peninsular
O Castro de Monte Mozinho abrange as freguesias de Galegos, Oldrões e Valpedre, no concelho de Penafiel. Constítui um sítio arqueológico classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto n.º 37077, de 29 de setembro de 1948.
Este povoado fortificado de altura ocupa um cabeço destacado da serra, com 408 m de altitude. Desfrutando de amplos horizontes, que se estendem a Leste até a Serra do Marão e a Sul atingem o Montemuro, debruça-se sobre a depressão onde corre o rio Cavalum e a ribeira da Camba, caminho natural que une o Norte do concelho ao rio Douro, modernamente percorrido pela EN 106, estrada de ligação entre Penafiel e Entre-os-Rios.
Trata-se de um povoado castrejo de época romana, fundado entre o final do século I a.C e o início do século I d.C. mas com uma ampla cronologia de ocupação, que chega mesmo a atingir o século V. Sendo fortificado com duas linhas de muralhas, o castro possui uma extensa área habitada, com cerca de 22 hectares, e apresenta diversas reformulações urbanísticas, podendo observar-se vários tipos de construção, desde núcleos de casas-pátio de tradição castreja, com compartimentos circulares e vestíbulo, às complexas habitações romanas, de planta quadrada ou retangular.
Na parte superior do castro destaca-se a muralha do século I, cuja entrada era flanqueada por dois torreões onde se encontravam duas estátuas de guerreiros galaicos, atualmente no Museu Municipal. O topo do castro é coroado pela acrópole, delimitada por um espesso muro e estéril em construções interiores. Aí se desenrolariam atividades várias, como jogos, assembleias, mercado, etc.
A investigação do Castro de Monte Mozinho recua ao início do século XIX, quando Francisco Soares de Lacerda Machado, militar e investigador, teve conhecimento das ruinas por intermédio de José Monteiro de Aguiar, visitando-as em 1919. Desta visita resultou uma importante conferência no Instituto Histórico do Minho (Viana do Castelo), dada ao prelo na Imprensa da Universidade de Coimbra em 1920, sob o título "Uma cidade Morta no Monte Mòsinho ou Castro de Santo Estevão de Oldrões", constituindo este o primeiro artigo escrito sobre o Castro do Monte Mozinho.
As escavações tiveram início em 1943, então conduzidas por Elísio Ferreira de Sousa até 1954. Interrompidos os trabalhos arqueológicos por algumas décadas, foram então retomados em 1974 pela mão de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, prosseguidas desde 1980 por Teresa Soeiro até 2001, e desde então por Teresa Pires de Carvalho.
Inaugurado em 2004, o Centro Interpretativo do Castro de Monte Mozinho constitui um núcleo dependente do Museu Municipal. Nesta estrutura de acolhimento ao público o visitante tem ao seu dispor um conjunto de paineis e maquetes informativas, podendo ali observar algum espólio cerâmico proveniente das escavações da necrópole. O Centro dispõe ainda de um pequeno Auditório, existindo parque de estacionamento, sanitários públicos e parque de merendas.
Em 2019, no âmbito das comemorações do centenário da divulgação do Castro de Monte Mozinho, o Museu Municipal acolheu a V Maratona e Simpósio Internacional de Arqueologia Virtual, em parceria com o ISCE-Douro e Associação de Amigos do Museu, da qual resultou este vídeo, que nos transporta à realidade da primeira fase de ocupação da parte superior do Castro de Monte Mozinho, que vos convidamos a conhecer.