“Às vezes passava um barco. Era como um arado lavrando no meu coração a terra morta.”
Eugénio de Andrade
Penafiel, de terras férteis e águas abundantes, desde cedo encontrou nos trabalhos agrícolas e na exploração dos recursos hídricos o sustento para as práticas económicas e sociais que marcaram a feição rural da sua comunidade.
Na sala Da Terra e Da Água é retratado o mundo rural com recurso a peças simultaneamente tão próximas e tão distantes do nosso quotidiano, através da exibição de imagens de época e reconstituições, que procuraram evocar antigas tradições de exploração dos recursos naturais, terra e água, que nalguns casos sobreviveram e chegaram até aos nossos dias.
As emoções são também despertadas pela surpreendente solução expositiva desenvolvida para expor as duas embarcações tradicionais que se podem ver nesta sala, e pelo ambiente sonoro que o envolve mais profundamente no meio rural. 0 objeto metáfora desta sala é a água: a água que justifica a invenção dos valboeiros e da barca de passagem; a mesma água que faz mover o moinho sazonal e dá regadio ao cultivo dos cereais e do linho.