“O tempo, como o mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes do tempo, que são estes instantes de presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa.”
Padre António Vieira
Arqueologia - do grego arkhaios = “antigo”, designa a ciência que estuda antigas civilizações com base nos vestígios materiais por elas deixados. A cultura material e a humanização da paisagem são o reflexo da sociedade que as produz, traduzindo os aspetos que caracterizam o seu quotidiano, a sua evolução tecnológica, as suas crenças e a apreensão do mundo que a rodeia.
Na sala Da Arqueologia o visitante pode percorrer cinco mil anos de vestígios arqueológicos da presença humana no concelho, entrando numa dimensão mais obscura e misteriosa, que apela aos sentidos através da recriação de monumentos, sítios e espaços à escala real, conduzindo o público a vivências passadas, reforçadas pelo ambiente sonoro criado.
Destaca-se nesta sala não só a forma ousada e original de expor alguns dos objetos apresentados, mas também a importância do papel do arqueólogo e do seu trabalho, enquanto responsável pela transmissão e progresso do conhecimento sobre o passado. Da superfície do território passamos para camadas mais profundas, onde se desenterra a vida e a morte dos que nos precederam. A própria experiência da arqueologia científica é aqui apresentada pela experiência lúdica de descobrir. Em torno da reconstituição de uma estação arqueológica visitável por vitrina de pavimento, assistimos à aceleração do tempo desde os primeiros exemplos de arte megalítica até à romanização, passando pela idade do bronze e pela cultura castreja.