
São Martinho oriundo da Panónia, actual Hungria, onde nasceu em 316, era filho de um tribuno, tendo ingressado no Exército ainda jovem tendo abandonado a vida militar para se tornar discípulo de Hilário de Poitiers, que o ordenou sacerdote e em 371 os cidadãos de Tours, na Gália, fazem-no bispo. Figura ligada à prática da caridade, a sua representação iconográfica regista o encontro que teve com o mendigo, em Amiens, apresentando-o no acto de rasgar a sua capa para lhe dar metade. De acordo com a tradição hagiográfica São Martinho morreu no ano de 397, a 11 de Novembro.
A ascensão de Arrifana do Sousa a sede de paróquia, no decurso do século XVI, implicou a transferência do orago, São Martinho da sede da paróquia medieval, Moazares, para o novo centro estabelecendo-se, por ocasião da sua solenidade, uma grande feira que em meados do século XVII se prolongava durante 15 dias, atraindo gentes de muitos lugares. Ao longo do tempo, porém, a Festa de São Martinho foi perdendo a importância que tinha em Penafiel e no século XIX encontrava-se já muito reduzida. Excepção para a feira, que continuou – e continua – a pontuar no calendário dos grandes mercados periódicos de raiz tradicional do Norte de Portugal, onde as castanhas e o vinho novo continuam a reinar, fazendo jus ao velho rifão “Pelo São Martinho, prova o teu vinho”.